O governo prorrogou ontem, por mais 3 meses a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na indústria automobilística. Essa é uma medida que tem como objetivo estimular o setor, através do barateamento dos carros populares e a conseqüente manutenção dos empregos pelas montadoras. Além disto, foi decidido reduzir a alíquota do COFINS para as motos.
Os benefícios são claramente evidenciados na fala de Guido Mantega, ministro da Fazenda, que afirma que “esta medida foi muito bem-sucedida, porque houve uma recuperação rápida da atividade... a indústria automotiva é importante para o País porque é uma cadeia produtora que chega a representar 23% do PIB industrial".
Em contrapartida, o governo irá aumentar o IPI e o PIS/ COFINS dos cigarros, com a intenção de compensar a renúncia fiscal das medidas adotadas. Espera-se um aumento de 30% no valor destes produtos.
Ademais, a hora é propícia para comprar carros, pois o crédito está se restabelecendo, as taxas de juros estão caindo e o preço dos automóveis estará mais barato nos 3 meses do programa anunciado.
terça-feira, 31 de março de 2009
sexta-feira, 27 de março de 2009
Operação Castelo de Areia
A imagem acima apresenta mais um escândalo de corrupção no Brasil, trazido à tona pela Operação Castelo de Areia. Grampos telefônicos implantados pela PF (Polícia Federal) em conjunto com a Procuradoria da República, revelam um esquema de superfaturamento, fraudes e financiamento ilícito de campanha, por parte da empreiteira Camargo Corrêa.
Diálogos interceptados pela PF revelam como os executivos da empresa agiam, além da existência de um pen drive, com a relação de nomes dos políticos beneficiados pelo esquema.
Minha casa, minha vida!
O Plano Habitacional, conhecido pelo nome "Minha Casa, Minha Vida” irá construir 1 milhão de casas, sem um prazo definido. Tais medidas movimentarão R$ 34 bi. Tanto as regras a serem divulgadas, como o início do programa estão programados para o dia 13 de abril.
Confira algumas perguntas e respostas elaboradas pelo Estadão, e que permitem entender melhor como funciona o plano:
Quais são as pessoas mais beneficiadas pelo pacote?
As famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 4.650,00).
Quem vai poder comprar a casa com prestações de R$ 50 por mês?
Só as famílias com renda de até 3 salários mínimos (R$ 1.395,00).
Como se inscrever no programa?
O candidato a mutuário deve procurar a prefeitura, o governo do Estado ou movimentos sociais para se cadastrar . Após a seleção, ele é convocado para apresentação de documentação pessoal na Caixa, no correspondente imobiliário, prefeitura ou outros agentes credenciados.
Quais as condições a serem cumpridas?
Não ter sido beneficiado anteriormente em programas de habitação social do governo e não possuir casa própria ou financiamento em qualquer Estado.
E para quem tem renda superior a 3 mínimos?
O candidato deve procurar a construtora que lançou o imóvel com supervisão da Caixa.
Quais as condições a serem cumpridas por essa faixa de renda?
Não ter financiamento do SFH, nem ter usado o FGTS em financiamento desde 1º de maio de 2005 . O candidato também não pode possuir casa própria.
E os mutuários com renda superior a 10 mínimos (classe média)?
Essas famílias não fazem parte do programa Minha Casa, Minha Vida, mas também foram beneficiadas. Hoje, elas podem financiar imóveis de até R$ 350 mil. A partir de agora, o valor do imóvel a ser financiado com recursos do FGTS sobe para até R$ 500 mil.
A classe média foi beneficiada com mais alguma medida?
Sim, também aumentou a fatia do valor do imóvel a ser financiado pelo SBPE (de 80% para 90%) e pelo FGTS (de 90% para 100%).
Confira algumas perguntas e respostas elaboradas pelo Estadão, e que permitem entender melhor como funciona o plano:
Quais são as pessoas mais beneficiadas pelo pacote?
As famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 4.650,00).
Quem vai poder comprar a casa com prestações de R$ 50 por mês?
Só as famílias com renda de até 3 salários mínimos (R$ 1.395,00).
Como se inscrever no programa?
O candidato a mutuário deve procurar a prefeitura, o governo do Estado ou movimentos sociais para se cadastrar . Após a seleção, ele é convocado para apresentação de documentação pessoal na Caixa, no correspondente imobiliário, prefeitura ou outros agentes credenciados.
Quais as condições a serem cumpridas?
Não ter sido beneficiado anteriormente em programas de habitação social do governo e não possuir casa própria ou financiamento em qualquer Estado.
E para quem tem renda superior a 3 mínimos?
O candidato deve procurar a construtora que lançou o imóvel com supervisão da Caixa.
Quais as condições a serem cumpridas por essa faixa de renda?
Não ter financiamento do SFH, nem ter usado o FGTS em financiamento desde 1º de maio de 2005 . O candidato também não pode possuir casa própria.
E os mutuários com renda superior a 10 mínimos (classe média)?
Essas famílias não fazem parte do programa Minha Casa, Minha Vida, mas também foram beneficiadas. Hoje, elas podem financiar imóveis de até R$ 350 mil. A partir de agora, o valor do imóvel a ser financiado com recursos do FGTS sobe para até R$ 500 mil.
A classe média foi beneficiada com mais alguma medida?
Sim, também aumentou a fatia do valor do imóvel a ser financiado pelo SBPE (de 80% para 90%) e pelo FGTS (de 90% para 100%).
quarta-feira, 25 de março de 2009
Construção Civil sobe!
O setor de construção civil na região de Campinas contratou, em janeiro, 1.022 trabalhadores, o que representa uma alta de 1,72%, valor acima da média nacional.
Tal façanha pode ser facilmente explicada: as obras demoram, em média, 20 meses para serem concluídas e a construção civil apresentou um forte crescimento no ano de 2008, o que resultou na contratação de vários empreendimentos, tanto pelo setor privado como pelos governos municipais. Uma vez contratadas, as obras não poderiam ser paralisadas, o que fez com que as construtoras não diminuíssem o seu ritmo de investimento em 2009.
Espera-se, portanto, que o setor (na região de Campinas) apresente crescimento este ano, apesar da crise financeira mundial.
terça-feira, 24 de março de 2009
Ouro do futuro!
Água é sinônimo de vida: todos precisam dela para viver. Este domingo, dia 22 de março, foi o Dia Mundial da Água, e muito se discutiu a importância deste bem tão precioso.
O Brasil é o país com mais recursos hídricos no mundo, com aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, ou seja, em teoria não deveria ter problemas de escassez. O grande problema, no entanto, é que este recurso não está dividido igualmente por todo o nosso território: há uma grande concentração da água na Região Norte, na Floresta Amazônica.
A Região Sudeste, composta pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, possui a maior concentração populacional de todo o país e poucos recursos hídricos, o que gera uma grande preocupação. A Bacia do PCJ (composta pelos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), por exemplo, possui uma disponibilidade de água inferior à disponibilidade ideal, de 1,5 mil metros cúbicos por habitante ao ano, fixada pela ONU (Organização das Nações Unidas). Cidades como São Paulo precisam captar recursos em outras regiões, devido à poluição de seus rios.
Surge, portanto, a necessidade de políticas públicas para remediar esta situação. E quando eu digo políticas públicas, digo políticas de conscientização para a não poluição do meio-ambiente, políticas de saneamento básico, políticas de recuperação das Bacias Hidrográficas, políticas de racionalização aliadas a uma fiscalização muito mais rígida das empresas poluidoras, entre muitas outras medidas possíveis.
A água, diferentemente do que muitos pensam, é um bem escasso e deve ser usado racionalmente. Se não for utilizada adequadamente poderá nos fazer falta no futuro. Muitas pessoas ao redor do mundo já enfrentam a falta de água. Como dizem por aí: “a água é o ouro do futuro!”.
Crise, taxa de juros e desemprego!
Na sexta-feira, dia 13 de março, fiz uma participação no programa do Valdir discutindo alguns assuntos ligados à economia e que podem ser de grande interesse para os ouvintes, principalmente para aqueles que estão procurando emprego. Nesta participação falo sobre o agravamento da crise, a queda nas taxas de juros e dou algumas dicas para quem está desempregado. Confira!!!
sexta-feira, 20 de março de 2009
Crise afeta a popularidade do Presidente Lula
Segundo pesquisas publicadas pela Datafolha e pelo Ibope, a popularidade do governo caiu 5% nos primeiros meses de 2009.
É comum a popularidade do governo ou do governante cair em tempos difíceis e não é diferente com o governo Lula. Com o aumento da taxa de desemprego e as dificuldades enfrentadas pelos empresários, tanto a aprovação do governo, como a popularidade do nosso presidente caíram, após atingirem níveis recordes em dezembro de 2008.
Ainda, segundo a pesquisa do Datafolha, houve um aumento da preocupação com a crise financeira mundial, com uma maior percepção dos seus efeitos pela população.
quarta-feira, 18 de março de 2009
A questão energética
Um dos principais temas para o desenvolvimento mundial é a questão energética. Hoje, a maior parte de toda a energia consumida no planeta provém de fontes não renováveis, como o petróleo, por exemplo. Com a crescente preocupação ambiental, muitos países começaram a investir em outras fontes de energia, e o Brasil é um deles.
O Brasil passou, há alguns anos, por uma escassez de energia elétrica, que originaram os famosos apagões. Não é nenhum segredo que o Brasil ainda enfrenta alguns problemas energéticos, embora a situação esteja muito melhor atualmente. Por isso, há uma grande preocupação do governo com a produção de energia, tanto que uma boa fatia da verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi destinada ao setor energético.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 45% da energia consumida no Brasil, no ano de 2007, veio de fontes renováveis, valor muito acima da média mundial. Nosso país tem buscado projetos de investimento que sejam “verdes”, ou seja, causem menores impactos ambientais. Isso pode ser verificado com o expressivo aumento do número de usinas hidrelétricas em construção, com uma maior importância da biomassa no cenário mundial e com pesquisas de novas fontes renováveis, que gerem “energia limpa”.
Essa preocupação com o ambiente não descarta, contudo, a necessidade de o Brasil investir em projetos não renováveis, como a exploração das jazidas encontradas na camada pré-sal. Esse é um investimento de muita importância e altamente estratégico, pois aumentará a importância do Brasil na economia mundial, além de tornar nosso país auto-suficiente na produção de gás natural.
terça-feira, 17 de março de 2009
Ele voltou!
Fernando Collor, ex-presidente e senador, eleito por Alagoas, assumiu cargo de Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado. O cargo é de grande responsabilidade, principalmente em épocas turbulentas, pois passará por suas mãos grande parte das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Com isso, Collor foi apelidado de “o pai do PAC”. Entre suas atribuições estão a direção, o engavetamento e o aceleramento dos projetos.
O PAC é um pacote de investimentos, através do qual o Estado injeta recursos (dinheiro) na economia, com o objetivo de aumentar o crescimento econômico. O cargo assumido é, portanto, estratégico e vital na luta do governo para amenizar os efeitos da crise no Brasil. O orçamento previsto é de aproximadamente R$ 646 bi até o final de 2010.
Com esta vitória, Collor ganha maior evidência no Congresso e na vida política. Já o PT (Partido dos Trabalhadores), que teve sua candidata (Ideli Salvati) derrotada, sai enfraquecido, pois não possui nem a presidência de nenhuma das casas no Congresso Nacional, nem de nenhuma comissão expressiva.
Bolsa de valores e investimentos
No dia 02 de março, expliquei, na Rádio Azul Celeste, como funciona o mercado de ações e dei algumas dicas de aplicações. Este tema é bastante interessante, especialmente para quem tem algum dinheiro guardado e não sabe o que fazer com ele. Confira!!!
Como os bancos quebraram o mundo!
Hoje eu recebi um e-mail de um grande amigo e seguidor do blog, com uma notícia muito interessante do jornal Valor Econômico, que relata como os bancos contribuíram para o surgimento e agravamento da crise financeira mundial. Ela mostra que há analistas que avisaram as instituições financeiras sobre a possibilidade de uma crise, mas estes foram ignorados, senão demitidos.
Esta reportagem evidencia a ganância dos bancos e a forma como eles desprezaram algumas análises importantes. Isto ocorreu, pois a posição dos bancos antes da crise era muito confortável. Eles se utilizavam de mecanismos financeiros que, aparentemente, reduziam seus riscos e proporcionavam altas taxas de lucro. Desta forma, é muito difícil uma ruptura na postura adotada por estas organizações, o que contribuiu para o agravamento da crise.
Ao ler este artigo, este amigo me enviou a seguinte frase, muito adequada ao cenário apresentado: “achei este artigo simples, mas interessante, mostrando que o primeiro mundo ainda tem muita coisa de terceiro mundo, quando se trata de ganhar dinheiro rápido”.
Decidi postar, abaixo, passagens importantes do artigo em questão, que ilustram esse fato. E-mails como este mostram a importância da comunicação entre leitores e blogueiros, com a intuição de enriquecer o debate sobre temas importantes, tanto para a nossa vida pessoal quanto profissional.
Perdidos em meio à destruição criativa
Há seis anos, Ron den Braber trabalhava no Royal Bank of Scotland (RBS), em Londres, quando ficou receoso de que os modelos de negócios do banco estivessem subestimando o risco dos produtos de crédito. Quando o holandês, especialista em estatística, alertou seus chefes sobre o problema, enfrentou tal desaprovação que acabou deixando o banco.
"Comecei falando de forma gentil, mas ninguém queria ouvir", lembra-se Den Braber. O motivo, acredita, está no "pensamento de grupo", como se costuma chamar o conformismo de acompanhar-se o comportamento da maioria, "e na pressão para se completar os negócios", assim como na completa falta de entendimento sobre como os modelos funcionavam.
Histórias dessa natureza explicam até certa parte como grandes bancos ocidentais levaram a si mesmos a se enredar nos atuais apuros e inclinaram o mundo em direção a uma recessão.
Certamente, não há falta de possíveis réus: ganância despudorada, regulamentação complacente, política monetária demasiado solta, captações de créditos fraudulentas e fracasso administrativo desempenharam, todos, algum papel (assim como em períodos anteriores de ascensão e queda).
Outro problema também participou da cena: a extraordinária complexidade e opacidade das finanças modernas. Durante os últimos 20 anos, uma onda de inovação remodelou a maneira como os mercados funcionam de uma forma que parecia capaz de trazer grandes benefícios a todos os envolvidos. Estas inovações, no entanto, tornaram-se tão intensas que superaram a capacidade de compreensão da maioria dos executivos comuns de banco - para não citar as autoridades reguladoras.
Como resultado, não apenas o sistema financeiro foi assolado por perdas de uma escala que ninguém conseguiu prever, como os pilares de fé sobre os quais este novo capitalismo financeiro foi erigido praticamente desmoronaram. A situação deixou a todos, de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais a pequenos investidores e aposentados, privados de uma bússola intelectual, atordoados e confusos.
O resultado foi que o conjunto de inovações que supostamente criaria mercados mais livres, na verdade, produziu um mundo obscuro, no qual o risco estava sendo concentrado - e de formas que quase ninguém entendia.
A verdade brutal, no entanto é que até os mercados financeiros voltarem a estar à altura de seu nome - tornaram-se mercados em que os ativos são negociados e avaliados de uma maneira fiável - será difícil reconstruir a confiança dos investidores. Não por acaso, a raiz da palavra crédito vem do latim "credere", que significa "acreditar".
Os últimos 12 meses mostraram que, sem fé, as finanças não valem nada. Reconstruir esse senso de confiança poderia levar bem mais tempo do que isso.
Fonte: Jornal Valor Econômico, 13/03/2009.
Esta reportagem evidencia a ganância dos bancos e a forma como eles desprezaram algumas análises importantes. Isto ocorreu, pois a posição dos bancos antes da crise era muito confortável. Eles se utilizavam de mecanismos financeiros que, aparentemente, reduziam seus riscos e proporcionavam altas taxas de lucro. Desta forma, é muito difícil uma ruptura na postura adotada por estas organizações, o que contribuiu para o agravamento da crise.
Ao ler este artigo, este amigo me enviou a seguinte frase, muito adequada ao cenário apresentado: “achei este artigo simples, mas interessante, mostrando que o primeiro mundo ainda tem muita coisa de terceiro mundo, quando se trata de ganhar dinheiro rápido”.
Decidi postar, abaixo, passagens importantes do artigo em questão, que ilustram esse fato. E-mails como este mostram a importância da comunicação entre leitores e blogueiros, com a intuição de enriquecer o debate sobre temas importantes, tanto para a nossa vida pessoal quanto profissional.
Perdidos em meio à destruição criativa
Há seis anos, Ron den Braber trabalhava no Royal Bank of Scotland (RBS), em Londres, quando ficou receoso de que os modelos de negócios do banco estivessem subestimando o risco dos produtos de crédito. Quando o holandês, especialista em estatística, alertou seus chefes sobre o problema, enfrentou tal desaprovação que acabou deixando o banco.
"Comecei falando de forma gentil, mas ninguém queria ouvir", lembra-se Den Braber. O motivo, acredita, está no "pensamento de grupo", como se costuma chamar o conformismo de acompanhar-se o comportamento da maioria, "e na pressão para se completar os negócios", assim como na completa falta de entendimento sobre como os modelos funcionavam.
Histórias dessa natureza explicam até certa parte como grandes bancos ocidentais levaram a si mesmos a se enredar nos atuais apuros e inclinaram o mundo em direção a uma recessão.
Certamente, não há falta de possíveis réus: ganância despudorada, regulamentação complacente, política monetária demasiado solta, captações de créditos fraudulentas e fracasso administrativo desempenharam, todos, algum papel (assim como em períodos anteriores de ascensão e queda).
Outro problema também participou da cena: a extraordinária complexidade e opacidade das finanças modernas. Durante os últimos 20 anos, uma onda de inovação remodelou a maneira como os mercados funcionam de uma forma que parecia capaz de trazer grandes benefícios a todos os envolvidos. Estas inovações, no entanto, tornaram-se tão intensas que superaram a capacidade de compreensão da maioria dos executivos comuns de banco - para não citar as autoridades reguladoras.
Como resultado, não apenas o sistema financeiro foi assolado por perdas de uma escala que ninguém conseguiu prever, como os pilares de fé sobre os quais este novo capitalismo financeiro foi erigido praticamente desmoronaram. A situação deixou a todos, de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais a pequenos investidores e aposentados, privados de uma bússola intelectual, atordoados e confusos.
O resultado foi que o conjunto de inovações que supostamente criaria mercados mais livres, na verdade, produziu um mundo obscuro, no qual o risco estava sendo concentrado - e de formas que quase ninguém entendia.
A verdade brutal, no entanto é que até os mercados financeiros voltarem a estar à altura de seu nome - tornaram-se mercados em que os ativos são negociados e avaliados de uma maneira fiável - será difícil reconstruir a confiança dos investidores. Não por acaso, a raiz da palavra crédito vem do latim "credere", que significa "acreditar".
Os últimos 12 meses mostraram que, sem fé, as finanças não valem nada. Reconstruir esse senso de confiança poderia levar bem mais tempo do que isso.
Fonte: Jornal Valor Econômico, 13/03/2009.
domingo, 15 de março de 2009
Entrevista
sexta-feira, 13 de março de 2009
Agravamento da crise e SELIC
Essa semana foram divulgados relatórios que demonstraram um aprofundamento da crise na economia brasileira, com aumento das taxas de desemprego e uma retração do PIB no quarto trimestre de 2008. Estes fatos fazem com que o governo tome medidas para combater os efeitos da crise no Brasil. Assim, o Banco Central reduziu nesta quarta-feira, 12/03, a taxa SELIC (taxa básica de juros da economia brasileira) em 1,5%, o maior corte desde 2003. A SELIC ficou, então, definida em 11,25%.
Essa redução acarreta em maiores investimentos por parte dos empresários e também em uma redução das taxas de empréstimos bancários, o que já começa a ser verificado.
Se a crise perdurar, podemos ter novas quedas na taxa. Será que no final de 2009 teremos, enfim, uma taxa de um digito?
Economia doméstica
No dia 14 de janeiro dei algumas dicas de economia doméstica na Rádio Azul Celeste. Este é um tema que julgo de grande importância, principalmente para aqueles que não conseguem controlar seus gastos adequadamente. Confira a gravação!
quarta-feira, 11 de março de 2009
Reunião do COPOM define o rumo da economia brasileira
Nesta quarta-feira (12/03/09) o COPOM – Comitê de Política Monetária se reúne para discutir os rumos da taxa de juros (SELIC). Espera-se uma nova diminuição na taxa. O Presidente Lula recomendou ao Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, um corte entre 1,5 e 2%.
A redução da SELIC é medida mais do que necessária para combater os efeitos da crise, pois acarreta em maiores investimentos por parte das empresas e no barateamento do crédito no mercado.
Aumentam os efeitos da crise no Brasil
Segundo relatório divulgado ontem, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de 2008, isto é, tudo aquilo que foi produzido no Brasil no ano de 2008, sofreu uma forte retração no último trimestre do ano. A diminuição do PIB já era esperada, mas veio muito mais forte do que os economistas imaginavam, o que evidencia que os impactos da crise financeira no Brasil são graves.
Houve, no quarto trimestre, uma redução da atividade produtiva da indústria, que já era esperada. O que realmente surpreendeu foi a queda no consumo das famílias (aproximadamente 2%). Se o PIB recuar novamente no primeiro trimestre de 2009, enfrentaremos o que chamamos de “recessão técnica”.
O cenário de recessão técnica seria muito ruim para o Brasil, especialmente para a imagem do Presidente Lula, que afirmou várias vezes que o Brasil estava “imune” aos efeitos da crise. A história nos mostra que em tempos de “vacas magras” a popularidade do Presidente da República diminui. O presidente deposita, portanto, suas esperanças no Pacote Habitacional, que ainda não tem data para ser lançado. Outras ferramentas importantes para o governo seriam o PAC, o BNDES e a redução da taxa de juros (SELIC).
Houve, no quarto trimestre, uma redução da atividade produtiva da indústria, que já era esperada. O que realmente surpreendeu foi a queda no consumo das famílias (aproximadamente 2%). Se o PIB recuar novamente no primeiro trimestre de 2009, enfrentaremos o que chamamos de “recessão técnica”.
O cenário de recessão técnica seria muito ruim para o Brasil, especialmente para a imagem do Presidente Lula, que afirmou várias vezes que o Brasil estava “imune” aos efeitos da crise. A história nos mostra que em tempos de “vacas magras” a popularidade do Presidente da República diminui. O presidente deposita, portanto, suas esperanças no Pacote Habitacional, que ainda não tem data para ser lançado. Outras ferramentas importantes para o governo seriam o PAC, o BNDES e a redução da taxa de juros (SELIC).
terça-feira, 10 de março de 2009
Mercado de ações
Outro dia recebi um e-mail muito legal, que explicava, de maneira humorada e simples, como funciona o mercado de ações. Nele, havia três diferentes personagens: os aldeões, o comerciante e os burros. Os aldeões são uma alegoria para os pequenos investidores da bolsa, os burros são os papéis negociados (ações) e o comerciante é o especulador.
Na “piada” abaixo transcrita, podemos perceber o que de fato ocorre no mercado: o especulador identifica uma ação com potencial para ganhar dinheiro e atua inflacionando seu preço. Os investidores começam a comprar aquele papel, acreditando que vão conseguir vendê-lo por um preço melhor. Esse movimento de compra generalizada configura o que conhecemos como efeito manada. Logo em seguida, o especulador vende suas ações, realizando altos lucros. Os demais investidores acabam perdendo dinheiro.
"Os Burros e o Mercado"
Uma vez, num pequeno e distante vilarejo, apareceu um homem anunciando que compraria burros por R$10,00 cada. Como havia muitos burros na região, os aldeões iniciaram a caçada. O homem comprou centenas de burros a R$10, 00, e como os aldeões diminuíram o esforço na caça, o homem anunciou que pagaria R$20,00 por cada burro.
Os aldeões foram novamente à caça, mas logo os burros foram escasseando e os aldeões desistiram da busca. A oferta aumentou então para R$25,00 e a quantidade de burros ficou tão pequena que já não havia mais interesse em caçá-los. O homem então anunciou que compraria cada burro por R$50,00! Como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos burros.
Na ausência do homem, seu assistente propôs aos aldeões: - "Sabem os burros que o homem comprou de vocês? Eu posso vendê-los a vocês a R$35,00 cada. Quando o homem voltar da cidade, vocês vendem a ele pelos R$50,00 que ele oferece, e ganham uma boa bolada".
Os aldeões pegaram suas economias e compraram todos os burros do assistente. Os dias se passaram, e eles nunca mais viram nem o homem, nem o seu assistente, somente burros por todos os lados.
Entendeu agora como funciona o mercado de ações?
Na “piada” abaixo transcrita, podemos perceber o que de fato ocorre no mercado: o especulador identifica uma ação com potencial para ganhar dinheiro e atua inflacionando seu preço. Os investidores começam a comprar aquele papel, acreditando que vão conseguir vendê-lo por um preço melhor. Esse movimento de compra generalizada configura o que conhecemos como efeito manada. Logo em seguida, o especulador vende suas ações, realizando altos lucros. Os demais investidores acabam perdendo dinheiro.
"Os Burros e o Mercado"
Uma vez, num pequeno e distante vilarejo, apareceu um homem anunciando que compraria burros por R$10,00 cada. Como havia muitos burros na região, os aldeões iniciaram a caçada. O homem comprou centenas de burros a R$10, 00, e como os aldeões diminuíram o esforço na caça, o homem anunciou que pagaria R$20,00 por cada burro.
Os aldeões foram novamente à caça, mas logo os burros foram escasseando e os aldeões desistiram da busca. A oferta aumentou então para R$25,00 e a quantidade de burros ficou tão pequena que já não havia mais interesse em caçá-los. O homem então anunciou que compraria cada burro por R$50,00! Como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos burros.
Na ausência do homem, seu assistente propôs aos aldeões: - "Sabem os burros que o homem comprou de vocês? Eu posso vendê-los a vocês a R$35,00 cada. Quando o homem voltar da cidade, vocês vendem a ele pelos R$50,00 que ele oferece, e ganham uma boa bolada".
Os aldeões pegaram suas economias e compraram todos os burros do assistente. Os dias se passaram, e eles nunca mais viram nem o homem, nem o seu assistente, somente burros por todos os lados.
Entendeu agora como funciona o mercado de ações?
quinta-feira, 5 de março de 2009
A polêmica do PAC
Até agora, menos de 20% dos investimentos anunciados pelo PAC, programa de aceleração do crescimento foram realizados. Foram investidos apenas R$ 98 bi, do total de R$ 504 bi programados. O programa, em sua concepção original, era uma forma do Estado injetar recursos na economia, proporcionando maior crescimento econômico.
Até agora, o PAC apresentou resultados modestos, o que simboliza as diversas dificuldades enfrentadas pelo Poder Público. Entre elas encontram-se a lentidão, originada nos entraves burocráticos existentes e a falta de uma visão de negócios, uma visão de administrador. Seria, então, o PAC destinado ao fracasso?
A resposta é Não. Iniciativas mostram que é possível um melhor aproveitamento do programa. O exemplo destacado é o da construção de uma usina hidrelétrica em 32 meses, no município de São Salvador - Tocantins. O principal fator que tornou a obra um sucesso foi o envolvimento do setor privado: o governo entra com parte do financiamento, a empresa executa a obra e explora a atividade da usina.
O que podemos aprender com este exemplo? Que há meios de agilizar as obras previstas no PAC, e um deles são as Parcerias Público-Privadas, as chamadas PPPs.
Até agora, o PAC apresentou resultados modestos, o que simboliza as diversas dificuldades enfrentadas pelo Poder Público. Entre elas encontram-se a lentidão, originada nos entraves burocráticos existentes e a falta de uma visão de negócios, uma visão de administrador. Seria, então, o PAC destinado ao fracasso?
A resposta é Não. Iniciativas mostram que é possível um melhor aproveitamento do programa. O exemplo destacado é o da construção de uma usina hidrelétrica em 32 meses, no município de São Salvador - Tocantins. O principal fator que tornou a obra um sucesso foi o envolvimento do setor privado: o governo entra com parte do financiamento, a empresa executa a obra e explora a atividade da usina.
O que podemos aprender com este exemplo? Que há meios de agilizar as obras previstas no PAC, e um deles são as Parcerias Público-Privadas, as chamadas PPPs.
A crescente importância do BNDES
Com o aprofundamento da crise internacional, voltou à moda a teoria de Keynes, na qual o Estado deve intervir na economia. Neste cenário, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ganha espaço.
O banco se tornou uma das principais ferramentas do governo no combate à crise: em tempos de congelamento de crédito, o BNDES passa a ser o maior financiador das empresas, aumentando sua participação na economia. A idéia principal é que as empresas invistam o dinheiro liberado pelo banco. Tais medidas estimulariam a economia, gerando mais empregos e aumentando a demanda, resultando em mais investimentos.
Nas palavras da ministra e pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, “a digital de Luciano está em todas as medidas que anunciamos. Ele não é ministro, mas tem dimensão ministerial”. Luciano Coutinho é o presidente do BNDES e é um dos principais responsáveis pelo crescimento da importância do banco, tanto no cenário político quanto econômico.
O banco se tornou uma das principais ferramentas do governo no combate à crise: em tempos de congelamento de crédito, o BNDES passa a ser o maior financiador das empresas, aumentando sua participação na economia. A idéia principal é que as empresas invistam o dinheiro liberado pelo banco. Tais medidas estimulariam a economia, gerando mais empregos e aumentando a demanda, resultando em mais investimentos.
Nas palavras da ministra e pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, “a digital de Luciano está em todas as medidas que anunciamos. Ele não é ministro, mas tem dimensão ministerial”. Luciano Coutinho é o presidente do BNDES e é um dos principais responsáveis pelo crescimento da importância do banco, tanto no cenário político quanto econômico.
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